Correr, Proteger, Sobreviver

Desenho de uma floresta escura, densa e sombria, na noite

Data do sonho: 13/03/2025
— Eu tentava protegê-lo a todo custo. Mantê-lo vivo não era uma tarefa fácil; o universo conspirava contra nós. 

Estávamos num lugar. Não sei o nome, pois só me lembro de ter estado ali antes, em outros sonhos. Talvez estivéssemos em uma realidade alternativa, não sei. Só sei que coisas estranhas ocorriam lá.

Eu e um menino, que estava ao meu lado, corríamos fugindo de algum ser. Alguém que queria nos matar? Alguma coisa desconhecida que estava nos caçando? Não sei, apenas sei que estavam atrás de nós, e eu o protegia, fugindo ao lado dele. 

Não sei o nome do menino, nem nada sobre ele; apenas o estava protegendo. Provavelmente era um amigo meu. Vejo um padrão que tem se repetido na maioria dos meus sonhos recentes: sempre há alguém comigo que preciso proteger, e sempre há alguma coisa que nos persegue. E, sempre, o sonho acaba de forma inesperada — sem que eu saiba o fim do enredo.

A princípio, estávamos numa lanchonete, conversando sobre alguma coisa que estava prestes a começar. O menino me contava que, certamente, acabaria morrendo. Por algum motivo, eu me dispus a protegê-lo e prometi cuidar dele quando tudo começasse.

— Não se preocupa, eu te protejo — falei.

O garoto era muito mais novo que eu e aparentava girar em torno dos 13 de idade. Haviam outras pessoas ao redor, que rapidamente se dispersaram após tudo começar. Não sei se foi um tiroteio ou coisa do tipo; apenas me lembro que todos começaram a correr, correr sem parar. As pessoas apenas corriam.

Fugimos para um lugar onde encontramos outro grupo de pessoas que, aparentemente, também estavam fugindo de algo. Também estavam sendo perseguidos? Algo os queria mortos? Talvez o problema não fosse apenas conosco, mas com todos nós. Talvez não se tratasse do meu amigo especificamente, mas desse grupo como um todo. Eles estavam sendo perseguidos. Todos eles. Não deveria ser algo especificamente com o menino a quem eu protegia, mas uma coisa mais abrangente.

As pessoas que fugiam pareciam seguir para uma determinada direção, como quem busca encontrar um determinado lugar, onde certamente estariam seguras. Então, pergunto a mim mesmo: "o que tá acontecendo aqui?".

As visões — refiro-me ao sonho — avançaram mais um pouco e já havia mais de nós, um grupo que girava em torno de 60 pessoas. Estávamos reunidos em uma das casas. Me recordo que, enquanto estávamos correndo em fuga, passamos por um lugar que me pareceu familiar. Eu me lembrava dele, como quem já esteve ali outras vezes. Sim, me lembro claramente, já estive ali antes, em outros sonhos, mas não me lembro o contexto das outras vezes que estive lá. 

É normal isso, acontece comigo frequentemente, ter sonhos diferentes em épocas diferentes da minha vida, mas o sonho ocorrer no mesmo lugar, ou então, nos mesmos lugares.

Eu me encontrava em uma casa, que ficava envolta de outras casas. Havia um janelão de vidro no canto da sala que dava para uma floresta. Estávamos comendo alguma coisa — não sei se estávamos tomando o café da manhã ou almoçando. Não me lembro o que comíamos, e também não sei dizer que horas eram naquele momento. Só sei que, de repente, tiros foram disparados em nossa direção por um grupo que se escondia na floresta à qual acabei de me referir.

Muitos morreram de imediato. Eu e menino, que estávamos próximo à porta de entrada, juntamente com alguns outros, corremos em direção a ela. Quando cheguei ao lado de fora, pude perceber que nos encontrávamos em um campo rodeado de uma imensa floresta. A casa em que estávamos era a única ali; não havia outra por perto ou ao redor. Algo estranho, pois antes eu acreditava que existiam mais casas nas redondezas.

Para minha surpresa, havia pessoas que trajavam uma vestimenta preta do lado de fora, como se estivessem à nossa espera, à espera daqueles que haviam acabado de "terminar uma prova". Por um momento, um pensamento veio à tona: "isso é um jogo". Esse pensamento não me abandonou desde então.

Eles nos entregaram armas, mas não eram armas comuns; eram armas de brinquedo. E aqui, a realidade e a fantasia se misturaram. Essas armas de brinquedo causavam danos reais. Havia uma fila, e agora estávamos nela, seguindo o caminho oposto de onde os tiros haviam sido disparados. Vagávamos rumo à outra extremidade do vale, que levava ao outro lado da floresta, para preparar uma emboscada.

PARTE II

Aqui há um ponto de ruptura, e isso é comum em meus sonhos. Acontece que estou fazendo algo quando, do nada, me vejo fazendo outra coisa, embora geralmente relacionada ao contexto geral do primeiro ato. 

Eu já não estava na floresta. Embora tivéssemos caminhado junto com os outros sobreviventes em direção a ela, agora estávamos no que parecia ser um imenso edifício.

Somente agora me recordei de uma característica do "ser" que estava nos caçando, citado no terceiro parágrafo da primeira parte desta narrativa. O "ser" parecia ser a junção de um robô humanoide com um trator, mas não sei se poderia chamá-lo de robô, pois parecia possuir vida própria. Explicar suas características é complicado. Não sei como descrever e, além disso, não me lembro de muita coisa. Então, fica a seu critério imaginar, caro leitor.

O edifício em que agora estávamos era imenso. Em algum momento, eu e o menino nos separamos enquanto o "ser" nos perseguia. Eu não sabia onde o menino estava ou onde estavam as outras pessoas. Só pensava em correr e me esconder em algum lugar seguro. Mas a impressão que eu tinha era que o "ser" sempre sabia onde eu estava, pois ele sempre me encontrava, onde quer que fosse. Cheguei a pensar que poderia estar me rastreando de alguma forma.

Não cheguei a ver o edifício por fora, mas notei que, por dentro, ele se assemelhava a um labirinto. Não no sentido literal, mas como forma de expressão, pois cada sala conectava-se a outra. Havia também algumas passagens que apenas alguém muito pequeno conseguia atravessar. Essas passagens levavam a lugares completamente diferentes, às vezes desconexos, com uma atmosfera distinta. Era como se, ao passar por essas entradas, eu estivesse viajando entre dimensões paralelas.

Imagine dois prédios idênticos, mas construídos em locais diferentes. Agora imagine que, ao entrar por uma porta no edifício A, você saísse por outra porta no edifício B. E ainda: um dos prédios parecia ser mais antigo do que o outro, com diferenças sutis. Essa era a impressão que eu tinha. Era como se as passagens me levassem para lugares diferentes, mas, ao mesmo tempo, estranhamente familiares.

Enquanto fugia em disparada, passando de uma sala para outra por meio das pequenas aberturas na parede, percebi que cada passagem levava a um local distinto. As portas convencionais, porém, sempre davam para os corredores principais do edifício, onde o "ser" sempre me encontrava com facilidade.

Em determinados momentos, fiquei cara a cara com o monstro. Ele tinha um rosto humanoide e o corpo revestido por algo metálico, ou pelo menos algo muito semelhante. Seus braços lembravam o maquinário de um trator escavadeira. Quando ele estava quase me alcançando, encontrei uma dessas passagens estreitas que me levou a um cômodo pequeno, havia uma escada giratória no canto. Era um local seguro, inacessível para a criatura, já que ela não conseguia entrar por ali. Isso me trouxe alívio.

Porém, mesmo naquele cômodo estreito, eu sabia que não poderia ficar ali para sempre. Ainda precisava encontrar o menino. Não me recordo se o encontrei por acaso ou se ouvi seus gritos e fui ao seu encontro. Só sei que, quando cheguei até ele, o monstro o estava perseguindo com uma fúria intensa.

O menino estava escondido dentro de uma das salas, ajoelhado, tomado pelo medo, como se soubesse que o pior estava prestes a acontecer. Quando me viu, uma luz brilhou em seus olhos, uma pequena centelha de esperança. Mal tive tempo de alcançá-lo, e o "ser" rapidamente nos encontrou, arrebentando a porta e invadindo o cômodo com violência.

Mas eu já conhecia os padrões do edifício, suas entradas e saídas. Sabia quais passagens eram inacessíveis para o monstro. Puxei o garoto pela mão e corremos para uma dessas passagens estreitas. Por muito pouco não fomos capturados. Conseguimos escapar e nos escondemos mais uma vez em um desses lugares seguros. Coincidentemente, entramos no mesmo lugar que eu havia estado antes, onde havia uma escada giratória no canto. Estávamos longe do alcance da criatura. 

Estávamos ofegantes, exaustos, mas a salvo — pelo menos por enquanto. 

Não sei se conseguimos sair dali, nem onde a escada giratória levava. O sonho acabou ali, naquele instante em que estávamos escondidos, recuperando o fôlego, em um lugar seguro.

O que tudo isso significa? Quando eu descobrir, contarei a vocês.

O texto foi revisado com o auxílio de IA. | Créditos da imagem: Pinterest - Recortado por Gustavo José.
Gustavo José

Fascinado pelo mundo do terror e do suspense, sou o fundador do blog Terror Total, onde trago histórias envolventes e arrepiantes para os leitores ávidos por emoções fortes.

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